21 de junho de 2011

Diários de um rei apaixonado. Cap. II

Foto via Google
Maldita hora em que cai nas armações de minha própria mãe propondo-me que fizesse um baile, sua intenção era justamente que eu me apaixonasse e desse continuidade ao nome da família, mal sabe ela que conseguiu. Me apaixonei não pela moça mais bonita da cidade mas justamente por aquela que consegue me ignorar, pobre do meu coração dói muito mais por amor do que pelas tantas pancadas que já levei nas batalhas em que tive de lutar.


Deviam estar lá mais de duzentas mulheres, enfeitadas e perfumadas de acordo com a ocasião, muitos sorrisos, flores e bebidas devo admitir que minha mãe soube organizar a festa. Música, quanta música e alegria, o salão dançante estava cheio de casais rodopiando e cochichando, de repente vejo um vulto tão claro que pensei ser uma verdadeira alma penada, chamou minha atenção. Sua pele branca como uma orquídea em cacho, seu vestido rosa claro mas parecido com seda branca manchada de rosa, ao vê-la não hesitei e quase gritando declamei:

- Ora, quem foi o guardião insolente que deixou-a escapar das grades? - antes mesmo que eu terminasse, seus olhos soltaram faíscas e rapidamente concertei-me - Aquelas grades que protegem as pombas mais lindas do viveiro, tão brancas e de penas tão sedosas, mais preciosas do que a mais cara seda vinda de Paris?

Não foi preciso muito para sua face emrubrecer, neste momento fiquei ali parado, ora olhando-a feito um bobo ora rindo de minhas próprias palavras, nem mesmo o pior dos cavaleiros armados me paralisou tanto como esta linda mulher, eis que vi beneficio neste baile.

Puxei-a pra dançar sem pedir, a cada rodopio uma nuvem de perfume pairava sobre meu rosto e então tomei coragem para perguntar seu nome. Melissa, gênero de abelha que produz mel, realmente não houve forma melhor para nomeá-la tão doce e dissimulada, cheia de desejos e ferrões. Sua voz soava como o cantar de anjos, mas estes olhos tão impenetráveis, por certos momentos cheguei a pensar que sua alma era indomável mas aquelas mãos trêmulas juntaram-se com meu coração disparado, a respiração ofegante de ambos me fez pensar que algo a afetara, talvez a dança ou o toque de minhas mãos em sua cintura, enfim houve um abalo, muito mais meu do que dela.

To be continued...

4 comentários:

  1. Nessa, sinceramente, o conto ta demais!
    Você me surpreende cada vez mais com seu jeito de escrever.
    Não nego também que achei um pouco do personagem em mim :P
    Enfim, nota 10!
    Continue assim :D

    ResponderExcluir
  2. Nessão <3 o conto ta perfeito, a história tá linda e apaixonante,Quero logo o proximo capítulo.Beijos
    Beccs Menezes

    ResponderExcluir
  3. Desejos e ferrões... gostei, isso vai dar o que falar!

    Escreve mais!

    bj

    ResponderExcluir
  4. Interessante, despreze e interesse :D

    Parabéns pela iniciativa, precisamos disso :D

    ResponderExcluir

Comente, você também faz parte deste blog. Divina Feminilidade agradece seu carinho.