Diários de um rei apaixonado. Cap. III

 Um mês se passou e não tenho noticias dela, naquele dia no baile dançamos a noite toda, conversamos e mesmo assim sei tão pouco sobre sua vida, mudou-se da Espanha para cá com os pais quando tinha três anos e aqui cresceu, pela primeira vez me arrependo de ter passado dezesseis anos em Paris, eu já podia ter a conhecido a muito tempo, quem sabe até me casado com ela. Melissa teve tudo que sempre quis, bastava estalar os dedos mas isso não a fez uma mulher repugnante, cheia de mimos e exigências,
ao contrário virou uma mulher exigente consigo mesma, sonha alto e corre atrás do que quer, orgulhosa até o ultimo fio de cabelo.


Pode parecer loucura mas em noites frientas pego o casaco que estava vestido no baile e cheiro, nunca tive coragem de lavá-lo pois ainda posso sentir o perfume adocicado dela. Eu preciso encontra-lá, saber se ainda se lembra de mim, óbvio que não, como haveria de lembrar de um rei estúpido como eu que só sabe ganhar espadas e honras de batalha. Busquei a lista telefónica em minha escrivaninha, meus olhos corriam apressados pelas linhas a procura de um nome, Di Paula... Melissa Di Paula, achei!
Minhas mãos suavam durante os segundos em que o telefone chamava, será que ninguém iria atender? De repente uma voz feminina, não tão doce quanto a de minha amada, mas uma voz rouca e triste.

- Residência dos Di Paula, quem fala?
- Alô! A senhorita Melissa se encontra? Diga que é um amigo.
- Desculpe-me senhor mas creio que Mel não deseja ser incomodada por nenhum cavalheiro no momento, qual o seu nome?
- Rei Eduardo Bulk, entregue um recado meu a ela, diga que a espero as 14hs no café central da cidade, peço humildemente que não falte.

Desliguei sem esperar resposta, o que Mel como disse a senhora poderia estar fazendo para não querer ser incomodada? Incomodada especialmente por um homem, é possível que já tenha outro? E aquela mulher que atendeu quem é?