6 de fevereiro de 2012

Com a palavra, a autora.


Foto via WeHeartIt
A palavra me afronta de tal maneira que para expelir todos os seus significados sou capaz de antes provar com quantos paus se faz uma canoa. Deixemos de notar as palavras em conjunto para enxergar o bêabá de cada uma em si. De suas sintaxes, morfologias e fonemas, deixa-se penetrar no papel, navegar em suas curvas e enfeitar os is.
Todos que sabem ler sabem escrever, mas nem todo mundo que escreve sabe ler, alguns sabem apenas transcrever, redigir, ouvir e repassar, outros vão logo ao ctrl+c ctrl+v. Quem lê conhece palavra por palavra, se topa com a desconhecida procura pelo significado e se faz amigo, é capaz de traçar suas próprias histórias, juntar sonho e realidade, construir um português americanizado com traços africanos e contornos da sua mãe tupi, ou quem sabe um guarani europeu.
De letra em letra se faz a palavra, que sozinha já é poesia complexa, nuvem inebriante de imaginação. Um salve para quem sabe ler, palmas a você que transforma castelos em palavras, pois quem consegue a isto não tem limitações de alma.

3 comentários:

  1. Porque no fim, das contas que se faz da escrita, as sobras do que se encontra estão nos sentidos, nos sentimentos ou na imaginação... OU será tudo?!
    Porque no fim, das contas que não se faz da escrita, a gente escorre pelos dedos, em cada riso ensaiado, em cada choro afobado..
    No fim dos fins, que se faz da escrita, a gente faz o que é necessário.

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  2. Oi Vanessa,

    que texto lindo!

    Sempre achei que textos não acabam assim que termina-se de escreve-lo, as suas palavras continuam vivos, crescendo, se transformando, sendo recriadas à cada leitura que fazem do texto, agora acrescentarei à minha ideia, que é a cada leitura dos que sabem ler e possuem o dom de recriar, de vivificar palavras.

    Um beijo!

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  3. Para mim escrever é catártico.
    E o faço de um modo premente,intenso e anárquico...

    Abaixo alguns dos meus versos...

    Não quero explodir as grades,
    quero fugir pela janela,
    com esse desespero que me invade
    Se não for para o teu coração minha bela.
    Não terei para onde fugir,
    Com esse amor que ainda arde,
    Mas,preciso seguir,
    Com aquele adeus que tu me destes naquela tarde,
    Preciso dar um rasante em queda livre,
    Se quero outra vez,uma liberdade que apenas contigo tive,
    Compondo a mais bela canção no improviso,
    Quando era o teu sorriso o meu paraíso.
    Porquanto,das minhas lágrimas,jamais saberás,
    Nem dos dias,nem das noites silenciosas,em que as fizestes rolar...
    Nessa minha busca por asas...
    Que nunca acaba...
    Como versos engravidados pela aroma da noite...
    Uuuhhh...
    Delícia de açoite...

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